quarta-feira, 30 de maio de 2012

Neonatal na Suécia

Nossa Sophie nasceu exatamente 26 dias depois, no mesmo hospital que a princesa Stelle, Karolinska Skjukhuset (Hospital em Sueco). Nossa filha é muito chique hein!! Olha a tradicional fotinha saindo do hospital, princesa Victoria e o príncipe Daniel com a princesinha Estelle.


O Hospital é um dos maiores da cidade.  Possui um renomado centro de pesquisa bem grande também e próximo ao hospital e ainda estão ampliando e modernizando-o ainda mais. Além de tudo isso é especialista e o mais preparado em casos criticos de  bebes preamaturos (aqueles que nascem com menos de 30 semanas ou com complicações) .


Segundo uma das enfermeiras os bebes que nascem com menos de 30 semana se o caso for realmente crítico, são enviados para lá de toda a suécia.

A Sophie ficou lá no centro neonatal os primeiros dias e eu estava em outro andar me recuperando da operacao, como já mencionei aqui. Quando viram que eu já estava bem e andando, queriam me dar alta.

Nossa pequena na incubadora 
Essa era a hora que eu temia, voltar para casa sem minha filha.  Foi então que pedi aos médicos para ficar com ela, se tinha a possibilidade de me transferirem para pertinho dela.  Nessa altura eu já conhecia todas as enfermeiras e já sabia que haviam quartos disponiveis para os pais com crianças no centro neonatal. Fazendo um parenteses para falar das enfermeiras, meu Deus! Que enfermeiras! O carinho e o amor que elas tinham com a Sophie e com os outros bebezinhos que estavam lá era impressionante. Ficamos muito felizes e satisfeitos com o atendimento se é que todo esse carinho podemos chamar de atendimento.

Voltando para o meu desespero; o problema era que esses quartos estavam sempre cheios, por conta desses casos criticos de toda a Suécia e ainda o fato deles darem preferencia para os pais que moram em outras cidades e/ou as mães que já estão amamentando. 

Eu ainda estava tentando amamentar. Comecei a bombear o leite 3 dias depois da operação e bombeava de 3 em 3 horas durante 15 minutos, no começo saia só uma gotinha, depois começou a sair 1 ml, depois 2ml, 3 ml  cada ml a mais era uma vitória, a gente comemorava e as enfermeiras também!! Incentivavam muito a minha determinaçao para amamentá-la. E ficavam felizes mesmo com o pouquinho de leite e faziam questão de dar para ela mesmo que fosse 1 ml, acho que tudo para incentivar a mamãe. 

Diziam que era o melhor alimento para minha filha ainda mais sendo prematura, claro todos sabemos que se a mãe pode amamentar seu filho é sempre o melhor alimento, mas sendo prematura disseram que era muito mais que importante. E isso foi suficiente para que eu me dedicasse muito. Como ela era prematura eles não davam fórmula(NAN) eles davam leite materno doado, claro que com nossa autorização.

Claro que se fosse o meu leite seria melhor ainda pra ela e para nosso laço maternal. Foi quando comecei a bombear 20ml cada vez que  bombeava e aí disseram que eu já tinha leite suficiente para alimenta-la! Que felicidade eu senti! Agora eu já era capaz de alimentá-la de dar o melhor que eu podia para ela. Entao eu bombeava e descia com o leite para que as enfermeiras desses no cateter para ela. A gente colocava também  bem pouquinho na boca dela para ela se acostumar com o gosto. E era esse argumento que eu usava com os médicos, eu tinha muito leite e já podia alimenta-la mesmo que fosse pelo cateter...como seria se eu estivesse longe? E eu insistia que logo logo iria amamenta-la.
Mas alguns  me diziam que amamentar um nenem prematuro as vezes é muito dificil leva tempo  e persistencia da mae geralmente depois que a criança vai para casa. Tinham me falado algo em torno de 2 -3 meses. Acho que eles tinham medo que eu ficasse frustada, mas claro que não deixavam de me incentivar.
Mas eu não desisti nem da amamentaçao e muito menos de ficar perto da minha filha. Continuei bombeando leite com a bomba elétrica e perguntando para cada medico ou responsável que eu encontrava se tinham achado um lugar para mim.

Com o passar dos dias, as enfermeiras autorizaram que podíamos pegar nossa pequena. Quanta emoção! Agora eu poderia te-la em meus braços mesmo que por pouco tempo. Demorou um tempão para a enfermeira desconectar e reconectar todos os sensores e tubos.. mas valia a pena, como eu estava ansiosa. Elas a colocaram em meu peito, quanta emoção, era algo inexplicável, eu podia senti-la, podia sentir sua respiração, seu cheiro, seu calor.Ela começou a procurar o peito! Não acreditamos!! Ela era tao pequenininha.. mas tao determinada, já sabia o que queria! Aí a enfermeira perguntou se eu gostaria de tentar amamenta-la, eu disse claro!! Tudo que mais quero. E colocamos ela na posição de amamentação. Ela já tentava sugar!! Era lindo ve-la tentando.. já com o instinto de sugar. Claro que ela cansava e parava e não conseguia sugar muito, mas ela já sabia! Era isso que importava para mim naquele momento! Agora mais do que nunca eu tinha que ficar perto dela!

Foi então que no dia 23 vieram com uma soluçao. Voces serão transferidos para outro hospital! Como assim?? Porque? Esta tudo bem com minha filha? Foi a primeira coisa que pensei..porque será que a gente pensa sempre algo ruim primeiro não é?

Disseram que como nosso caso não era critico, muito pelo contrário ela nunca teve nenhum problema para respirar ou qualquer outro problema, e estava progredindo cada dia mais desde que nasceu então poderiamos ser transferidos para um outro hospital onde poderiamos ficar em um quarto pertinho dela.



Danderyd Sjukhus


Danderyd Sjukhus


 Saímos do Karolinska naquele mesmo dia de táxi, tudo pago pelo governo, eles nos deram um ticket com código de barras que entregamos ao taxista ele registrou numa espécie de taxímetro e lá haviam todas as informações para onde íamos em que departamento, prédio e andar ficaríamos. Tudo muito prático e funciona perfeitamente, impressionante.
Chegamos no Danderyd 12:00 demos uma uma volta e conhecemos o hospital enquanto esperávamos nossa pequena Sophie chegar. 

Quarto 14.

Esse era o quarto que ficamos.

Na porta tinha a nossa identificação e o nome da enfermeira e auxiliar responsável por aquele turno


Por volta das 14 hs nossa pequena chegou de ambulância.

Nossa pequeninha chegando no Danderyds.


E aí começou nossa rotina de fazer as refeiçoes e ir pro centro neonatal cuidar da nossa bonequinha. Eu bombeava leite e ia ficar com ela. As enfermeiras nos incentivavam a fazer as pequenas coisas mesmo ela estando na incubadora ainda, trocávamos fralda, ajudávamos trocar a roupa de cama da incubadora, a dar os medicamentos, a confortá-la quando faziam exame ou tiravam sangue. E nos incentivavam a ficar com nossa princesa `skin to skin` o máximo de tempo que conseguirmos. Pois foram realizados estudos que mães que ficam com seus bebes skin to skin são mais felizes, o controle de temperatura do corpo é mais estável e o batimento cardíaco e a respiração são melhores além de outros benefícios ainda ajuda no desenvolvimento da criança.



Centro Neonatal- esse era o nosso cantinho.


Mamãe fazendo skin to skin.


Eu estava lá no centro neonatal quando uma moça me deu um fone de ouvido, pensei nossa que chique! Dão até musiquinha para ouvir aqui! Na verdade a equipe de enfermeiros e médicos faziam uma reunião de fechamento do dia em todos os turnos, onde falam sobre todas as crianças. Sobre o desenvolvimento e o avanço de cada criança. E como essas informações são confidenciais os pais devem colocar o fone durante a reunião. Como fui entender isso só depois, fiquei um tempão tentando sintonizar a rádio que estava sendo transmitida a reuniao, e é claro que não achei né..kkk Depois de um tempo desisti e fiquei ouvindo o chiado de fora de sintonia mesmo. Mas depois que acabou perguntei pra enfermeira pra entender o que era e descobri que o meu fone não estava funcionando mesmo.

Ficamos muito felizes de podermos estar com nossa filhinha no hospital. Eu e meu marido ficamos neste quarto durante todo o período que ela estava lá e o melhor tudo pago pelo governo. Não pagamos absolutamente nada!! Só tínhamos que comprar nossa comida. Mas até uma cozinha com utensílios e geladeira com direito a gaveta para cada paciente nós tínhamos! Não  é a toa que eles estão entre os melhores lugares para se ter filhos, realmente nos sentimos tranquilos e confiantes com todo esse suporte e incentivo para ficarmos perto da nossa filha. Eles acham que além de ser melhor e menos cansativo para os pais não terem que ir e voltar todos os dias para suas casas, estudos mostram que as crianças desenvolvem mais rápido quando os pais estão juntos e vão para casa mais cedo.



2 comentários:

  1. A Sophie tem muita sorte, o atendimento que teve e o papai e mamãe sempre por perto para dar muito amor para fortalecer ela,
    bjs

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    1. Oi Andrea, obrigada! Realmente fomos abençoados de poder ficar pertinho dela! bjs

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